conheci érika num bate papo da internet. disse que era psicóloga e logo nos trancamos no ICQ (não tinha MSN ainda). conversamos um pouco e faltava alguma coisa. ligamos um para o outro e conversamos ao telefone. foi uma loucura.
* * * *
ela fazia e vendia artezanato, dessas coisas que eu fiz há mais de 35 anos atrás. fui lá ver como era e tudo era verdade: lá estava ela rodeada de suas peças como quem se oferece aos gringos. tomamos sorvete de côco assim, um olhando para a cara do outro. ela se afastou, pediu a uma amiga que tomasse conta de sua barraca e me arrastou para seu apartamento, ali perto.
entramos e ela me abraçou e me beijou e colou seu corpo no meu e colocou a minha mão na sua bunda... tiramos as roupas um do outro, rápido, com raiva e começamos a trepar no sofá, não deu pra chegar na cama.
* * * * *
enlouqueci e comprei uma casa em secretário, perto de itaipava, uma casa que precisava de reformas. chamei os caras da região pra reformarem a casa e voltei ao rio desesperado atrás dela. no início érika ficou meio assim, não entendia nada, mas no mesmo dia ela encheu uma mochila de roupas, passou a mão na berlota e subimos a serra. prá trás deixamos a vida, os amigos, o trabalho.
* * * * *
tudo foi muito rápido, questão de poucos dias e estávamos lá, morando juntos. eu acordava cedo e ela tarde, andávamos pelos jardins e pelo quintal. berlota, a gata, logo se acostumou com artur I, meu gato e juntamos à galera dois cachorros enormes. durante o dia, quando eu menos esperava, érika se agarrava em mim, estava sempre sem calcinhas e trepávamos no chão da sala.
depois passamos a trepar no quintal e um dia acabamos trepando no canil, lugar delicioso. todos os dias, mais de uma vez ao dia. nunca colocamos cueca ou calcinha, sempre um esperando o outro.
nas noites frias íamos dormir na sala, em frente à lareira. um dia fomos rolando e trepando pelo chão e quase entramos na lareira.
* * * * *
durante o dia ainda tinham os homens da obra trabalhando e, na maioria das vezes, não dava tempo de fechar a janela... tirávamos a roupa e entrávamos um no outro gritando. os homens da obra disfarçavam e iam fazer outra coisa rs... sempre assim, eu nem lembrava dos caras...
achei que era coisa de momento, pela novidade e tal, mas um ano depois continuávamos no cio.
* * * * *
um dia érika acordou muito cedo, antes de mim e foi fumar no jardim. fumamos calados, observando o céu vermelho, a névoa baixa nas montanhas ao redor. ela me olhou e disse: vou embora.
calados, fizemos nossas mochilas e voltamos para o rio. durante todo o trajeto ouvimos diana krall e acendemos um cigarro no outro. eu devia estar a 140 por hora.
* * * * * *
artur I ficou com ela porque estava ligado demais na berlota, não podiam mais se separar. eu estava sozinho, nem o gatinho... sobrou então a casa que pus à venda enquanto alugava um ap pra mim no rio. nos falamos umas poucas vezes ao telefone...
mochilera, mulher livre, do mundo, viajou para londres e para bombaim. da minha parte, nunca mais fui na feira de artezanato... eu, voltei ao trabalho de criação e ganhei um novo gato, o artur II, que mora comigo até hoje. anos depois a casa da serra foi vendida e eu comprei um micro apartamento na lapa.
e assim foi, simples assim...
14/02/2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Atenção
- G
- Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?
Em suma...
"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre
Sartre
Outros Lugares
- Abra seus braços
- Blowg
- Coisa sem Nome
- Dennis on the Net
- Feminista (calma, demora a abrir)
- Guardanapo de Papel
- Idéias Despedaçadas
- Liberal, Libertino
- Nota pós-Notícia
- O Grito do Método
- Olavo de Carvalho
- Papel de Pão
- Paulo Francis
- Pecado Original
- Pequenos Delitos
- Pós Sobretudo de Lona
- Sergio Fonseca
- Sobretudo de Lona
- Solta no Mundo
- Tecnologias 2000
Nenhum comentário:
Postar um comentário