despertar bem cedo, quase com o raiar do sol, é bom porque tenho meus momentos comigo mesmo sem a interferência de ninguém. o mundo não vive de manhã tão cedo. é a hora que tomo meu bule de café e leio meu jornal. a hora também em que penso como foi e em como sé a vida. claro que não muda nada, mas me dou o direito de pensar.
pessoa diz que 'dentro de mim mora um anjo', ou algo parecido. acho que dentro de todos nós mora alguém, anjo ou não, desses pirilampos sobrenaturais que vagueiam por nossos eu e nossa percepção do que seria aquilo que, de fato, não é. isso me remete a ciinco anos atrás, na noite em secretário.
eu olhava o céu de uma forma completa, plena (porque lá tudo é céu) e observava nas estrelas cadentes uma manifestação metafísica. hoje esse céu e essas estrelas são lembranças apagadas, como que fotografias borradas, talvez nem tenham acontecido. aliás, fico imaginando num rasgo de sobriedade, que secretáruio praticamente não aconteceu; foi como um sonho, como um coma induzido.
o que eu tenho de real é o documento final sobre as novas tecnologias (como já contei por aqui) que tornaram-se um dos preceitos do governo em relação às Tvs que se dizem públicas. por nada, porque os livros que foram pesquisados ainda estão ali. não sei porque esses livros não se foram quando vendi todos. pura coincidência.
menos de meia hora depois de desperto, tenho vontade de dormir novamente. insisto em não querer ficar acordado. não quero ler nada e muito menos escrever (o que não vai ser lido e, se for, não será absorvido). a noite começa intrépida para logo se tornar madrugada e me embalar no sono, dessa vez, dito natural.
a barba me incomoda e tomo coragem para ir até o banheiro desbastá-la. a coragem vem como forma de pensamento e não de ação. há semanas que venho postergando o corte da barba. há semanas que venho postergando todos os cortes que reconheço necessários em mim.
porque o que rola na verdade é a necessidade de um corte em mim e em todos os que me rodeiam, um afastamento generalizado, cirúrgico.
o blog é um manual de mim mesmo. se ele não basta, então nada é o bastante. resta o afastamento gradual, mas firme, para que eu recupere minha capacidade de agir em sociedade, mantendo-a eqüidistante de mim o bastante para que eu não seja sufocado, para que eu resista por mais um tempo.
11/03/2007
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- Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?
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"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
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