o que eu sou para imaginar uma mudança na forma de pensar de alguém? nada.
eu não tenho estofo para guiar pensamentos que não os meus.
dou conta de mim de forma claudicante, amparado por drogas e terapias.
como ilusionista barato, eu engano, faço que se pense de mim o que não sou.
proponho não coisas novas e bacanas, mas mesmices da minha infância, traduzidas em meia dúzia de palavras que decorei de joyce.
produzo imagens que são réplicas baratas do caledoscópio da criança húngara.
meu descuido com a aparência faz crer uma certa intelectualidade que é absolutamente falsa.
a verdade é outra e não tem nada de bonitinha:
o que eu sinto é um enorme tédio diante de tudo e todos
(principalmente de mim mesmo)

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