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04/03/2007

ontem estive com a vera por exatos 50 minutos. havia muita gente na sala de espera, mas a atendente dá sempre um golpe nos outros pacientes para que eu não aguarde muito tempo. já acostumei com os atrasos de vera: ela marca para as 9, mas ela mesma só consegue chegar às dez e meia. nunca foi pontual, não sei como faz para pegar um avião, por exemplo. bem verdade que ela também trabalha diligentemente com seus pacientes, não apressando ninguém, mesmo que ela fique até bem mais tarde do que seu horário previsto para encerrar.

não deixei de apresentar a ela minha proposta de consultas pelo msn (com o posterior envio de receitas pelo correio), mas ela não tem familiaridade com a net. não tratamos de assuntos gerais (melhor: não deixamos de falar do calor) e sim da minha relação que, me parecia antiga e ela me alertou que não, que tem quinze dias e não é, de maneira alguma, motivo para angústia. contei rapidamente, embora sem omitir detalhes, toda a história de B., do conhecimento on line aos dias de hoje (que continuam on line rs)

a vera acha que eu talvez precise de uma terapia cognitiva em paralelo com a medicação própria já que esta, sozinha, não tem dado conta do recado. ela entende perfeitamente minha dificuldade e limites, como entende também uma certa não aceitação do outro. tratamos com mais cuidado de um outro ponto que eu havia deixado de lado, talvez escapar mesmo: o que B. realmente sente? o meu envolvimento é plenamente correspondido?, vera me perguntou. Nesse momento me dei conta de que não possuo essa resposta.

claro que talvez nunca, ninguém, em tempo algum, tenha essa resposta absoluta, partindo da idéia de, que a vida não dá mesmo garantias. essa questão desviou o foco da minha preocupação da fobia propriamente. como eu não me contento com poucas dúvidas, saí dali para tomar um delicioso cafezinho numa charutaria antiqüíssima, na av. nossa senhora. aproveitei para comprar quatro pacotes de camel (o vendedor quase caiu pra trás! rs, mas é que quase não encontro essa marca de cigarros e vivo fazendo estoques, como faço de minhas receitas controladas).

em seguida entrei numa livraria, a siciliano (que detesto) para adquirir o novo phillip roth e o paul auster. não estou com paciência para ler, mas me sinto mais seguro tendo os volumes na minha estante. ali mesmo, na fila do caixa, liguei para B. e perguntei se podíamos nos ver por aquela hora. claro que eu não tinha combinado nada e ela estava ocupada do outro lado da cidade. não podia. resolvi então, visitar a minha mãe (que está mal e merece um post à parte) e fiquei com ela fazendo hora para que B. viesse à zona sul. eu sabia que, se eu viesse para casa, não sairia mais.

não rolou. não encontrei B. isso realmente não me frusta muito (ou em nada) porque a tenho em mim, sentimento muito mais importante do que tomar uma cerveja acompanhado dela num bar numa situação que pode ser ou parecer uma certa pressão 'para parecer normal'. voltei para casa carregado de cigarros e livros além da caixinha de um medicamento novo para mim que vera ainda tenta experimentar. claro que não acredito que esse medicamento vá resolver nada, mas não custa atender as tentativas dela, que se esmera na busca de soluções para mim.

o resto é tão comezinho como a própria manhã: a tarde no computador e falando com ela.. à noite também..rs... hoje é um dia que eu quero ler e descansar... amanhã vou ter um dia duro na tv.
(preciso escrever sobre a minha mãe... ela está sozinha, muito velha e muito deprimida: não creio que dure muito, o que vai ser bem complicado na minha vida... mas sobre isso tenho que escrever à parte)

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

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"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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