são tantas e tais as opiniões, teses, sínteses e o diabo a quatro que encontro por aqui que, pouco a pouco, vou abandonando os sítios que frequento não só pra informação e entretenimento, como para análise.
no meio de 50 e.mails diários que chegam discutindo o que eu disse, me xingando, desdizendo o que eu pensei, interpretando erroneamente o que eu quis dizer e por aí vai, me alenta a correspondência de ane, amiga velha de guerra, que percebe o que eu disse. a vontade que me dá é de dedicar cada linha a ela, começando sempre como um missivista: querida, ane....rs
a ânsia, o desespero em buscar verdades, em discutir as coisas, vai fazendo da net não o que ela é simplesmente, um fórum para discussões, mas vai tomando forma um caldeirão de enxofre em que todos discordam de todos, todos estão com a verdade, sendo o outro um idiota que não sabe o que está dizendo.... mas é claro que eu não sei o que estou dizendo! se eu soubesse, não estaria dizendo e sim praticando. digo, porque digo, antes, para mim, para me convencer. e se volto a escrever é porque falhei, não me convenci.
quando propus fazer um documentário sobre baudrillard por exemplo, não foi para homenageá-lo, mas para discutir sua opinião (que, por sinal, discordo radicalmente). posso escrever aqui laudas e laudas sobre o filósofo, mas escolhi o vídeo para derrotá-lo no seu terreno que é o da força midiática da imagem que a tudo engolfa. tentei dar a ele, pela discordância e não pela aceitação, um pouquinho mais do que os quinze minutos de fama que sua morte promoveu. como não consegui, ele está morto e enterrado.
da mesma forma sou incompreendido quando digo que vou desisntalar o msn. amigos me viram a cara, cortam relações e tudo o mais, porque tratei de um outro eu falando de uma ferramenta utópica. como não fui compreendido, se afastaram magoados e ressentidos comigo.
tudo isso é a pressa. esse mundo tem uma pressa como a vida de, por exemplo 60 anos, fosse mais breve hoje do que seria há 100 anos atrás. todo mundo quer estar antenado em tudo e responder a tudo e, nesse desespero, rola erro atrás de erro, incompreensão absoluta.
quando digo que desejo me recolher por dois dias e não falar uma palavra acontece a mesma coisa: tira-se conclusões disso, perguntam-me se eu quero que vão embora, se eu quero seguir minha vida sozinho (como se eu já não seguisse a minha vida só), se eu estou descontente, irritado ou com chulé... caramba!
ao contrário do que realmente deveria ser, a oportunidade para se conhecer um pouco o pensamento daquele momento de uma pessoa, o blog está virando o contrário, tornando-se um banco dos réus onde cada palavra escrita 'deve ter' um determinado 'simbolismo', como se fosse simplesmente a ferramenta para mandar um recado para uma pessoa específica ou para um grupo de pessoas!
resumo da ópera bufa: o que acontece de fato é que estou sendo caçado por aqui. tudo na verdade é uma censura escancarada, uma caça às bruxas, uma incapacidade de se tentar compreender, de participar de uma discussão, de tudo. o que eu percebo em outros sítios e livros são mestres escrevendo de forma politicamente correta o que trás em seu bojo um certo dirigismo formal, que somente o livre pensador poderá se desviar para abrir verdadeiramente seus horizontes.
12/03/2007
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Atenção
- G
- Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?
Em suma...
"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre
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