Pela manhã...
ele encontrou uma forma de se proteger. não a melhor, nem a mais eficiente, mas uma forma: não ler os jornais. só a parte cultural. porque o restante são notícias que perderam a graça. quando não tem pelo menos vinte mortos, a notícia não tem mais graça. vício. (porque as ações de governo, por exemplo, não podem ser acompanhadas pela leitura diária dos jornais. nada muda. pra mudar alguma coisa leva meses. já os assassinatos também não são surpresa nem inusitados, mas trazem o prazer da revolta. o leitor quer mesmo é se revoltar. o que prende a atenção são monstros que estupram criancinhas de 3 anos, inspetoras de polícia que levaram muita grana e a guerra de guerrilha, em plena cidade, com mais de cem tiros, bala perdida pra todo lado e aquele número enorme de mortes.
sem isso, os próprios editores das colunas de opinião ficam desmotivados e repetem - blá - as fórmulas para o país crescer mais meio por cento ao ano. depois a gente vê que nem isso fizeram. chatice!
melhor mesmo ficar nos livros... Morreu na Contramão, do Arthur Dapieve é muito bom. uma análise interessante do suicídio, de como a imprensa lida com ele e tal. pra criticar, ele mesmo fala pouco, pensa pouco, mas pesquisou os autores e livros interessantes. mas não é crítica... ele é jornalista e não sociólogo, tá lá pra relatar, ok.
acordo, de repente, no meio da noite e dou um pulo da cama. não, não estava tendo um pesadelo - que lembre - estava simplesmente dormindo - e olha que durmo anestesiado!
imagino o cara que amputou o cérebro, por exemplo e acorda repentinamente da anestesia. deve ser barra, dã! - volto pra cama, tento mais um pouco e desisto - ok, você venceu - venho pra sala. o jornal tolinho não chegou, mas tem uns e.mails interessantes... outros não - respondo alguns.
tem a carta do camarada da wikipédia. ele parece bem intencionado (mas o inferno está cheio de...), essa enciclopedia feita pelo povo é boa, mas tem muitas, MUITAS falhas. vou dando uns pitacos (na maioria das vezes aceitos) sobre alguns verbetes. outros eu também não sei e não tenho onde pesquisar. minha delta-lalousse ficou pela metade, muito engraçado, ha ha.
almoço no bar onde 90% dos policiais dali almoçam. almoço ao lado de metralhadoras, fuzis e pistolas. homens de preto. me disseram que estão de serviço e que quando é assim têm que portar armas o tempo todo... - entendi - discutir como?
o governo aquietou-se e deu uma trégua na história de fazer uma TV pública. claro que vão fazer porque é grana que rola, mas sabem que tá todo mundo de olho. todo mundo, que eu quero dizer, é essa parcela ínfima da população que pensa. porque a verdade é que as pessoas não pensam mesmo. as pessoas não pensam, são racistas e sexistas. já me escreveram me chamando de racista e dizendo que vão me processar, ok, tô esperando... deve dar algum status ser processado. dois amigos fazendo monografia. inveja. nunca fiz. (essa preguiça baiana - ops! - outro preconceito)... e ninguém leu Walden...

Nenhum comentário:
Postar um comentário