TENHO pensado bastante esses dias. acho que mais do que faço normalmente. esses pensamentos estão distantes de qualquer arrependimento ou dúvida diante das coisas. não. penso porque penso. porque gosto de pensar (já que também por opção, não tenho com quem falar). tava pensando em como as coisas enganam a gente, se apresentam de uma maneira, aparentemente se mostram concordando com o nosso jeito... mas é sempre a mesma furada, sempre a mesma rasteira da vida. realmente, não existem diferenças, o que existem são maneiras de caminhar diferentes. umas mais sutis, outras mais amorosas, umas mais intelectuais, outras menos informadas. claro que tudo isso entra na história da gente. quer dizer, faz com que você imagine não que não vá acontecer, mas fique imaginando de que maneira vai acontecer.
como a explosão no final do romance. um avião de encontro a um prédio? um trem se chocando frontalmente contra o outro? um caminhão com explosivos? um míssil tele-guiado? são opções diferentes e interessa saber qual será a utilizada. por que? por que, se, de qualquer maneira, o importante é a explosão? simples: porque durante uma guerra, imagino que os soldados remanescentes, sabem que o campo está minado, que os crentes estão preparados, que nada fica por isso mesmo. o soldado que caminha com seus companheiros de grupo, os que sobreviveram ao massacre, têm a certeza de que não escaparam do massacre. tiveram um tempo à mais. como o viciado. viciado, não pára, dá um tempo. é mais ou menos a mesma coisa. quando o filme começa, você sabe que ele vai acabar. e imagina mais ou menos como vai acabar.
é uma bobagem, é claro, mas eu me valho dessas bobagens para digerir macarrão. quando a morte não vem e quando não optamos por ela, seguimos um caminho se não sabido, imaginado. se alteram paisagens e pessoas, mas não a essência. aliás não se alteram nem a essência das paisagens nem das pessoas. basta estar atento, basta não baixar a guarda, não fingir que está em outro mundo. parênteses para mandar um e.mail importante (decisivo) para marina. (espero que me responda ainda hoje). mas é isso, caminhar, meu irmãozinho, não é uma aventura descompromissada onde a gente está olhando tudo de forma inocente e não sabe o que tem na curva da estrada. não... a gente sabe sim. sabe e muito bem! e quando a explosão acontece você fica pasmo (não por ela!). Mas não ia ser um avião contra um prédio, como foi um homem-bomba? a gente se perde nesse pensamento tolo, deixando de lado a própria explosão... a gente é meio retardado, eu acho. primeiro eu achava que o demente era eu. depois, convivendo com as pessoas fui vendo um aglomerado tal de dementes que acreditei estar habitando um asilo para loucos.
tudo isso era para falar de uma passagem do alcorão, mas passou...

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