!

e-mail

http://sobretudodelona.wordpress.com

online

23/02/2007

calmaí.... preciso muito cuidar dos meus movimentos internos. eles são de arrepiar, de assustar santo de barro. nem li o jornal e corri pra cá, antes que algumas coisas me escapassem (e já escaparam, é claro)... contar que não dormi não tem mais graça, não é mais novidade. nos cochilos, sonhei com B. ou Helena, não sei bem.

que passos estou dando? o que estou provocando? não precisei de análise interna porque ontem ela verbalizou tudo, num exércío profundo de bom pragmatismo. normal. nada a acrescentar. um lado sinistro levanta-se em mim, como que saído de um lamaçal, como uma onda de lama megajosa que me abraça e num humilhante imobilismo, prisão... não consigo dar um passo.

sucumbo numa camisa de força no plexo, de um surdo imobilismo irracional que me enreda em mim mesmo. desabrocha o fato primordial de que H. não é B. Nenhuma surpresa, eu não estava fantasiando isso. talvez estivesse apenas tentando manter o monstro em mim submerso em sua lama. ele não se explica, é ilógico e mutante como um vírus fatal.

enredado no pânico de metástases espalhadas diligentemente por todo o ser, procuro a resposta, a saída, a redenção para seguir adiante. eu tenho e, principalmente, quero, desejo, sonho, sinto no meu espírito a vontade de caminhar.
estou à beira do precipício e se não conquistar o equilíbrio vou despencar, deixando que me fuja entre os dedos a única coisa boa (de certa forma concreta) que rolou nos últimos anos.

momentaneamente, sinto ódio da terapeuta que não resolveu essa história - logo ela que tem o poder alquímico nas mãos! - tento ligar para ela, mas sei que não adianta, não terá como resolver assim. pra variar, tenho uma crises de dores na coluna que mal me permite andar (não me interessa se é uma somatização, a dor está lá). reviro na cama e tenho vontade de beber, me embriagas para mostrar que sou fraco mesmo, que não valho à pena.

não concilio a impressão (falsa) de que não valho à pena com o desejo profundo de ir em busca do que desejo. minha mente dá cambalhotas, morde o proprio rabo e fico parado diante do cursor piscando. o suor frio banha todo o meu corpo recriminando esse pânico ilógico, gritando nos meus ouvidos - com num esquizofrênico - que estou falhando, caindo, que vou perder tudo. Mas eu não quero isso! como explicar? como?

capitulo e peço a deus que mostre onde toda essa história começou, que alivie meu corpo para que eu vá em frente. mas deus realmente não existe e a resposta não vem. As costas, minha coluna arde muito obrigando-me a um coquetel de codeína. darwim já foi definitivo: o mais forte sobrevive em detrimento do mais fraco, essa é a medida humana. sendo fraco, o mais forte chegará em segundos e, como um lobo sem garras nem dentes, fugirei para o meio da floresta densa. MAS EU NÃO QUERO!

um clamor atravessa minha garganta, vindo do eu mais profundo gerando um grito tão alto, tão desesperado que fica inaudível ao humano. cada linha que digito aqui, é uma pá de cal sobre minha sepultura. estou no fundo da terra olhando o céu pelo retângulo de terra e, ofegante, vejo o objeto do meu amor me olhando triste, cercada de homens belos, viris e saudáveis que jogam seguidamente as pás de cal, sorrindo todos de um verme paralizado.

a coluna queima, não consigo ficar sentado nem em pé, no terrível execício de incorporar a dor física à emocional. como um palipsesto, quero apagar tudo o que escrevo agora, para não incomodar, frustrar, não dar motivos para meu enterro prematuro. a tecla delete seria a terceira onda da demolição. mas o que escrevo também é. como fazer que o outro perceba? não é isso, como fazer que o outro perceba e não vá? impossível.

a conversa franca e óbvia, esse realismo que eu compartilho traveste-se de uma tragédia grega jeka, tupiniquim e desequilibrada mentalmente. as xícaras de café sucedem-se afoitamente com o cigarro que acendo no outro. em paralelo, a verdade é que o ciúme me corrói. ciúme pelo que foi e pelo que virá. constato a irracionalidade de todos esses movimentos, socorro-me da farmacinha e caseira e, não contente, olho fixamente para o céu azul da lapa.

tudo já foi dito, explicitado, demonstrado com o carinho de uma mulher plena. minha mulher. a possibilidade que o destino colocou e fez cruzar, que abriu as portas para a fecundação está posta. precipício mais uma vez... o suor escorre como o rio que conhece seu leito. trêmulo, busco a literatura especializada atrás de soluções imediatas. não existem. procudo em meu HD interno a resposta correta, convincente, a possibilidade de permitir que ela veja o todo, compreenda e aceite... mas é a armadilha do demônio porque a aceitação dela selará o meu fim.

folheio ávidamnte goethe em busca do aprendizado para que eu próprio possa fazer um trato com o dmônio. sim, o que eu quero, diante da falência real é fazer um pacto, entregar minha alma ao diabo em troca de tê-la para mim.
lida, essa elocubração vai gerar impaciência, frustração e, por fim, desdém. procuro um tranqüilizante no estoque para que ele me mantenha compensado até a hora do chope que tomarei com meu assistente, essa pessoa que me compreende e tenta cuidar de mim. arre! do que estou falando?

inspiro profundamente, buscando nesse oxigênio rarefeito a capacidade de transpor os próximos segundos. novamente o celular queima em minhas mãos. o mundo silencia e escurece: pararam as marés, gentes e carros estagnaram onde estavam e todos olham na minha direção aguardando que eu dê novamente movimento à vida. olho para sete bilhões de pessoas que me aguardam. dor. mais codeína.

deixa eu me alongar só mais um pouquinho. se eu não estivesse envolvido, se não fosse a maior revelação de toda a minha vida - como nunca houve e jamais haverá - estaria tranqüilo, guardado no meu espaço protegido e ela seguiria em frente lembrando por um ou dois dias que conheceu um louco... mas não é nada disso. ela ocupa meu pensamento e meu coração nas exatas vinte e quatro horas do dia, dormindo ou desperto, com ou sem química ou álcool.

sinto-me pequeno em descrever essas sensações. fraco. covarde. incapaz.
entretanto, há uma luz forte dentro de mim, a luz que uso e usarei para trilhar o caminho, para ultrapassar essa barreira inicial. está decidido em mim, sólido com o mais duro dos aços e concretos. não sei em quanto tempo nem de que forma, mas eu vou buscá-la, vou ao seu encontro porque a paixão é mais forte que a incapacidade que por longo tempo se entranhou em mim.
sim, eu tenho claro que eu vou, que desejo, quero. resta saber se ainda haverá espaço e tempo...

Nenhum comentário:

Marcadores

Atenção

Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

Arquivo do blog