ontem dormi tarde pra caramba, cheguei do trabalho só à meia noite e estava excitado demais. não assisti meu programa no ar porque estava envolvido com a direção do outro, que é ao vivo e sempre rola aquela tensão, né? colocar um programa no ar AO VIVO é, imagino, como decolar com um boeing. aquele troço tem que voar, tem que dar certo, não podem existir falhas.
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ontem de manhã ela conversou um pouco comigo, buscando a minha presença física, justo essa coisa indisponível, trocada pela net. como comecei no post abaixo, expliquei que não era a hora, mas ela, imediatista, se frustrou e foi embora. pessoas chegam e vão embora assim...
lembro que aundo eu era adolescente, ia nas festinhas e tinha que ficar paquerando com o olhar (que podia ser correspondido ou não) e o primeiro contato era físico ao tirar alguém para dançar.
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na maioria das vezes as meninas dançavam uma ou duas músicas e iam em frente, não sabíamos nem dos nossos nomes. e era isso que eu estava falando ontem. hoje em dia a gente entra aqui e conhece pessoas. porra, conhece à fundo se quiser porque temos que conversar, explicar, contar, ficamos nús diante dessa telinha.
depois, add ao msn e ali fica um elo que pode durar a vida inteira.
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imagino que, se eu tentasse explicar isso a um jovem dos anos sessenta, ele não iria compreender nada. eu jamais pensei que isso fosse acontecer, caramba! a gente pensava em cuba libre e calça boca de sino, esperava a semana inteira pelo sábado para ir naqueles clubezinhos jekas demais, chatos demais, mas íamos entusiasmados. e sempre voltávamos pra casa sozinhos... era bom, mas era uma merda!
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e essa relação on line, como fica? acho que ninguém ainda tem certeza, apesar de estarmos há anos por aqui, ainda estamos experimentando. o que eu sei que é as pessoas entram aqui, conhecem uma alguém e saem com ela logo depois com o óbvio intuito de trepar. até aí tudo bem, nada de errado, foi pra isso mesmo que entraram... mas como fica a relação on line? as pessoas que moram muito distantes (muitas vezes em outros países)?
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a grande loucura é o salto no escuro, é criar uma vida em rede, vivenciar tudo na internet. tem gente que consegue, a maioria não... a teoria de abandonar tudo e entrar por dentro do computador é punk, avançada demais. os nossos medos ancentrais vêm à tona, geram insegurança, desespero, sensação de que não é nada daquilo, dúvida. acontece um choque como dois trens de frente dentro do cérebro. eu sei que é possível e mesmo que será assim, mas parece que o medo atávico de morar só prevalece nos espíritos... seria dar uma virada tão brusca e fascinante, que o pavor trava a self.
16/02/2007
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Atenção
- G
- Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?
Em suma...
"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
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