7 pecados
recebo já, nesse alvorecer, correspondência eletrônica dessa amiga de muitos anos que pacientemente me lê talvez para me agradar, para que eu não sinta escrever para o nada. ela fala de blogs públicos e fechados e acha sim que eu tenho material para colocar num outro espaço a ser aberto. diz ela que eu dividi essas observações por vertentes e que, se vou ser rigoroso, tenho então que ter todas as possibilidadesde espaços públicos abertos.
há muitos anos, quando contei pela primeira vez que trato de queimar meus cadernos manuscritos de tempos em tempos para que não reste nada de mim quando morrer, ela se apressou em corresponder-se comigo dizendo que não era justo, que eu não tinha mesmo o direito de fazer isso, colocando-se à disposição para ser a guardiã dos meus volumes, prometendo sinceramente não divulgá-los durante a minha vida.
foi uma conversa engraçada porque eu expliquei que ela poderia morrer primeiro e como eu invadiria seus aposentos sob o luto dos entes queridos e revirar-lhe as coisas em busca dos meus cadernos? ela prometeu não morrer antes, mas como a morte é muito brincalhona com seu sorriso de orelha a orelha sempre a pegar peças, preferi arriscar eu mesmo a sorte.
por fim, minha leitora e amiga lembro de..... namorada que tive, moradora do bairro peixoto no início dos anos noventa que, de assessora de imprensa de uma editora, lidos os meus parcos escritos, se auto-nomeou minha editora e queria porque queria editar num só livro aquelas coisas todas fora de ordem assim mesmo, achando que era um estilo meu. ou seja, aqueles cadernos de esperial e as pastas cheias de folhas datilografadas já anunciavam o que seria publicado depois na internet.
explico que a mulher era do sul e sumiu, talvez voltando à terra natal, talvez sucumbido à morte ou sei lá que mais o quê. na verdade, naquela época rolou uma briga entre eu e o editor que topava fazer o livro desde que eu ordenasse a confusão, que daquela maneira não venderia dois volumes (disse à época). eu disse que não, que se era pra editar tinha que ser como escrevi, naquela ordem (ou desordem) e acabamos rompendo. para minha surpresa, ela brigou com o camarada também e perdeu o seu emprego.
minha leitora retorna o e.mail dizendo que devo apresentar o conteúdo dos blogs a uma editora. quem sabe eles não se interessam (segundo ela, existem outros blogs muito piores que estão editados). fico aqui em frente ao outlook rindo, meio apatetado... é engraçado como existem umas pessoas que gostam da gente assim, sem porquê, e têm uma visão generosa, parcial do que fazemos, achando tudo bacana.... coloco, enfim, um ponto final, agradecendo o carinho, mas dizendo que estou bem aqui, que nesses espaços vem quem quer e pronto. não sonho com um livro editado ou se sonho, meu superego já amassou esse desejo, jogando-o na lata do lixo.
só pra não perder a oportunidade, deixa eu contar aqui o princípio de discussão a que coisa me submeti ao tratar da pauta 7 para o programa. falava-se em sete mares, sete céus do islamismo, sete pecados capitais e eu falei no Paraíso Perdido, de Milton. pra quê! fui acusado de arrogância intelectual e toda a sorte de impropérios, já que os telespectadores não conheciam obra tão antiga e complexa e hermética e blá, blá, blá. na verdade, tudo porque o carinha que faz a pauta não leu Milton nem teve o cuidado de ir no infame google. Só esqueceu de me acusar da verdadeira loucura da minha parte, já que em seu poema, john milton fala, mas não trata especificamente dos 7 pecados... rs
há muitos anos, quando contei pela primeira vez que trato de queimar meus cadernos manuscritos de tempos em tempos para que não reste nada de mim quando morrer, ela se apressou em corresponder-se comigo dizendo que não era justo, que eu não tinha mesmo o direito de fazer isso, colocando-se à disposição para ser a guardiã dos meus volumes, prometendo sinceramente não divulgá-los durante a minha vida.
foi uma conversa engraçada porque eu expliquei que ela poderia morrer primeiro e como eu invadiria seus aposentos sob o luto dos entes queridos e revirar-lhe as coisas em busca dos meus cadernos? ela prometeu não morrer antes, mas como a morte é muito brincalhona com seu sorriso de orelha a orelha sempre a pegar peças, preferi arriscar eu mesmo a sorte.
por fim, minha leitora e amiga lembro de..... namorada que tive, moradora do bairro peixoto no início dos anos noventa que, de assessora de imprensa de uma editora, lidos os meus parcos escritos, se auto-nomeou minha editora e queria porque queria editar num só livro aquelas coisas todas fora de ordem assim mesmo, achando que era um estilo meu. ou seja, aqueles cadernos de esperial e as pastas cheias de folhas datilografadas já anunciavam o que seria publicado depois na internet.
explico que a mulher era do sul e sumiu, talvez voltando à terra natal, talvez sucumbido à morte ou sei lá que mais o quê. na verdade, naquela época rolou uma briga entre eu e o editor que topava fazer o livro desde que eu ordenasse a confusão, que daquela maneira não venderia dois volumes (disse à época). eu disse que não, que se era pra editar tinha que ser como escrevi, naquela ordem (ou desordem) e acabamos rompendo. para minha surpresa, ela brigou com o camarada também e perdeu o seu emprego.
minha leitora retorna o e.mail dizendo que devo apresentar o conteúdo dos blogs a uma editora. quem sabe eles não se interessam (segundo ela, existem outros blogs muito piores que estão editados). fico aqui em frente ao outlook rindo, meio apatetado... é engraçado como existem umas pessoas que gostam da gente assim, sem porquê, e têm uma visão generosa, parcial do que fazemos, achando tudo bacana.... coloco, enfim, um ponto final, agradecendo o carinho, mas dizendo que estou bem aqui, que nesses espaços vem quem quer e pronto. não sonho com um livro editado ou se sonho, meu superego já amassou esse desejo, jogando-o na lata do lixo.
só pra não perder a oportunidade, deixa eu contar aqui o princípio de discussão a que coisa me submeti ao tratar da pauta 7 para o programa. falava-se em sete mares, sete céus do islamismo, sete pecados capitais e eu falei no Paraíso Perdido, de Milton. pra quê! fui acusado de arrogância intelectual e toda a sorte de impropérios, já que os telespectadores não conheciam obra tão antiga e complexa e hermética e blá, blá, blá. na verdade, tudo porque o carinha que faz a pauta não leu Milton nem teve o cuidado de ir no infame google. Só esqueceu de me acusar da verdadeira loucura da minha parte, já que em seu poema, john milton fala, mas não trata especificamente dos 7 pecados... rs
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