ainda sobre mim
queria muito voltar a rodar os sebos atrás de livros vários. infelizmente, no momento estou impedido pela minha fobia de sair. é uma pena. queria também assistir a alguns filmes de cinemão que estão passando (já perdi vários). também não dá. teve um momento (por influência da minha terapeuta) em que eu ia pra um lugar que tinha várias salas de cinema e assistia três filmes num dia. era a maneira de ver os filmes. agora eu relaxei um pouco com essa história, não adianta eu fazer um esforço que me é desagradável só para marcar ponto e dizer que saí. não valhe à pena. claro que com isso eu perco, porque deixo de viver uma parte da vida. mas também não é legal fazer tudo me forçando porque perde toda a graça. talvez isso no futuro mude, talvez não. o que eu não vou fazer mais é me violentar.
por mais que as pessoas não entendam (e, definitivamente, não entendem mesmo... porque não podem mesmo entender!), no final das contas quem paga o preço mais caro por essa história sou eu mesmo. e perco dobrado: por não vivenciar as coisas e por ter que ficar explicando o inexplicável. e tem uma coisa que tá começando a acontecer que não tinha antes: eu tô começando a me cansar dessa história. cansar de ter que falar sobre ela. todo mundo tem uma opinião, todo mundo quer ajudar, todo mundo quer ver 'o que pode fazer', todo mundo quer 'viver essas coisas comigo', todo mundo quer tudo.
isso tá começando a me cansar de uma maneira que não é legal porque eu não sentia isso há alguns meses. eu tô começando a perder a paciência, a ficar irritado por ter que falar. ficando irritado por ter que pensar nisso.
e, se esse movimento em mim, ganhar força, como está ganhando, vai ser muito ruim porque, além de continuar não fazendo as coisas que não consigo, vou parar de falar com as pessoas, vou evitar cada vez mais qualquer um que me lembre que eu tenho que falar ou pensar. vai ser uma fobia dentro da fobia. tava pensando nisso ontem antes de dormir: são duas coisas: eu tenho uma fobia grave. puxa, chato mesmo. outra coisa: eu estou ficando com fobia das pessoas que me fazem pensar em fobia. a marinete, minha amiga de tantos anos e que percebe essa coisa em mim, sabe como tratar do assunto. leva a vida dela normal, me procura eventualmente pra saber de mim, se coloca sempre à minha disposição e reconhece que eu não devo mesmo forçar nada. mas reconhece de verdade, de coração, não é da boca pra fora: ela não se incomoda porque eu não faço isso ou aquilo com ela.
hoje em dia, acho que ela é a única pessoa que me transmite paz, que me dá prazer.
ontem ela ligou pra me parabenizar pelo aniversário. estava pertinho da minha casa... disse que talvez pudesse passar para me dar um abraço pessoalmente... calei por 3 segundos e ela respondeu: não... v. deve estar querendo ficar sozinho. quando quiser me ligue! pronto. fiquei super feliz, relaxado e fui dormir em paz de tarde. quando ela não está bem, liga pra mim e conta tudo. adora ouvir minha opinião. eu adoro falar com ela e contar as minhas coisas. ela não se interessa muito pelos meios virtuais e eu respeito isso, acho que ninguém tem que gostar mais ou menos, cada um deve lá saber o que lhe agrada. então, se eu estou num meio virtual, ela não entra se sacrificando para me agradar (e ela ficar mal). não. ela não entra e não se importa se eu entro. sempre fomos assim e sempre seremos. porque ela me tem na minha justa medida.
pois então eu concluo uma coisa pra finalizar: se uma , apenas uma pessoa, consegue conviver saudavelmente comigo é sinal de que isso é possível (porque ela não é santa!). se os restantes dois milhões de pessoas não conseguem, eles então que sofram ou então se mandem em busca do que os satisfaz. o que eu não quero fazer é transformar um problema meu em dois. porque se isso se consolidar e eu começar a me irritar com todo mundo, a coisa vai se complicar: vou passar a não estar com as pessoas não por fobia e sim por ter raiva delas.
o que eu me pergunto é: eu estou deprimido ou infeliz? a resposta categórica é: não, eu estou bem. verdade que estou limitado e deixando de fazer algumas coisas, mas aceito que seja assim e estou bem. e bem quero continuar a ficar.
acho que é isso.
2 comentários:
Meu amigo, vc sabe, eu não consigo passar por aqui e ler tudo. São dias complicados para mim. As minhas leituras precisam obedecer aos objetivos. Mas leio uma coisa ou outra e penso a respeito. E penso que vc está bem, ao teu jeito, porque "estar bem" é sempre muito relativo.
O que me deixa contente aqui é ver que vc escreve. E escreve. E escreve. E chama para a polêmica, conta coisas, faz histórias. Posso estar errada, mas para mim isto é saudável. Principalmente porque de vez em quando, em meio ao caos da vida, vc me faz rir ou até dar risada.
Não, eu não tenho a pretensão de entender. Basta para mim um olhar. E que vc sinta a vida. Do teu jeito.
Beijo.
Extamente isso, menina
beijo
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