as reviravoltas da vida não são reviravoltas como a gente pensa. não. são acomodações tectônicas no universo vida, o que é outra história.
falo isso porque ela me instigou e acabei dando uma olhadinha no sobretudo e descobri lá um outro eu, absolutamente diverso desse aqui o que não deixa de ser um abismal paradoxo. ora, aqui são as confissões daquele lá, apenas algo que lá foi deixado de lado.
mas não foi nada disso que rolou. aqui tornou-se a criatura em si e lá um ensaio, um treinamento para o hoje. isso quer dizer que aqui virou de ponta cabeça, não podendo se chamar confissões e sim a escrita do próprio eu. lá, sou o eu antes, bem antes, aqui sou o eu agora, o eu contemporêneo, derradeiro.
seria simples se todas as coisas se dispusessem assim, cabendo todas elas, sem excessões, num só espaço, o que absolutamente não me acontece. e aí rolou uma coisa engraçada porque eu tinha aberto um blobo de notas chamada de Ex Sobretudo, onde colocaria então, o extemporâneo máximo, que não coubesse nem nessas confissões. Mas não foi assim que aconteceu.
o Ex realmente existe, está tá, devidamente sitiado, mas é (ou tornou-se, como prefiram) o nosso quarto, uma acomodação privada em que dividimos e complementamos sensações, onde exploramos nossa intimidade, nossas experiências pretéritas e futuras. e, por ser assim, decidimos mantê-lo fechado, não público.
um copo pela metade está meio cheio ou meio vazio? um espaço aberto para as confissões verdadeiras, não sendo público é um espaço ou um palimpsesto? é no que penso, o que procuro entender quando uma coisa fica me provocando, dizendo que, diante do impasse, eu deveria abrir então um quarto sítio, público, onde as coisas não íntimas, mas que extrapolassem o confissões, seriam publicadas.
mas não.... primeiro que eu não tenho talento nem tempo para abastecer tantos espaços. segundo que as pessoas iam se perder mais e mais, procurando num o que falta no outro ou percebendo num outro o que parece ser, mas não é, é complementação de um primeiro que não é público ou, com a velocidade das publicações, fez perder o fio da meada naquele outro primeiro, esse sim, público...
diante de tudo, decido não abrir mais espaços para não tornar um pensamento num enorme novelo que se espalhe por labirinhos de zeros e uns, dando tanto trabalho a um possível louco que desejasse se achar. melhorar matar o minotauro.
o que me resta anunciar é que abandono a história que eu mesmo inventei de que tudo seria transcrito aqui. nada disso.
a mulher ocupa o seu verdadeiro lugar, central, amplo e pleno na minha vida. se não o fiz antes foi porque as acomodações tectônicas não tinham acontecido.... imagino que o tempo delas e desses movimentos, são diferentes dos tempos da vida. e tudo o que seria razoável traduzir com a escrita, aqui ou ali, deixa de ser porque meu espaço é o corpo da mulher amada.
06/03/2007
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Atenção
- G
- Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?
Em suma...
"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
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