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12/03/2007

o erro do acadêmico

em algumas revistas acadêmicas, rolam determinadas teses sobre o universo online. a última que li era acadêmica, mas a publicação não era. não gosto de teses porque elas acabam fechando-se em si mesmas e seu ponto final representa um ponto final na discussão. muitas vezes isso é disfarçado, deixam algumas perguntinhas no ar e falam em 'talvez' amiúde, mas é tudo falso. o acadêmico fecha as questões em si mesmo.

essa tese (que não lembro o título nem o autor) fala genericamente de todo o avanço, de todos os benefícios da internet e chega mesmo a tocar de leve na questão de uma sociedade em rede. o autor se limita em dizer que 'pode haver', 'poderá acontecer' e outras coisitas mais quando trata da sociedade em rede.

logo percebi que esse doutor (em literatura comparada) não tinha conhecimento de causa, escreveu toda a dissertação baseado em pesquisas mundiais e alguma pesquisa que ele mesmo coordenou. isso resulta num trabalho incompleto, todo furado como um queijo suíço. ele escreveu e muitos alunos vão buscar informação no seu livro, muitos estudantes vão orientar seus estudos à partir dali. mas como, se ele, o mestre está errado?

mandei um e.mail ao tal professor dizendo que sua tese era absolutamente equivocada e que, com ela, estava sendo prestado um desserviço universitário, criada uma bolha estéril de um pretenso conhecimento natimorto porque não vivenciado e que, por fim, ele passava aos alunos um conceito equivocado, possivelmente formando uma turma ou uma geração de formandos inteiramente equivocados.

ele não citou, apenas para ficar num exemplo bobinho, que a internet foi concebida para o uso militar (como de fato é usada até hoje) e que os usuários se apoderaram dela para dar sentido à ansiedade natural da pulsão jovem, e a seus pensamentos, bem como buscar ali o que não encontram entre seus pares, gerando um outro pensamento, uma nova realidade, ainda que em rede. expliquei ainda que é preciso entender para explicar que a sociedade em rede não foi planejada e sim a conseqüência do uso de novas tecnologias, não por elas mesmas, mas pela necessidade do homem contemporâneo se comunicar na velocidade que o mundo globalizado impõe.

o acadêmico não respondeu a minha correspondência e procurei sua tese em livrarias para poder combatê-la mais veementemente, tratando com a editora e com as universidades em que ele deve lecionar. não vi a publicação. estranhamente nem sei se foi publicada (não era para ser?). enfim, passou um tempo e outras coisas vieram ocupar minha atenção. de toda a forma, acredito que a popularização da internet, seu uso indiscriminado, permita que os alunos daquela pessoa descubram sozinhos o erro crasso do que lhes é ensinado.

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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