o suor banha todo o meu corpo. a roupa de cama está molhada. é um sono ruim onde sonho que perdi todos os meus dentes, tornando-me uma caveira de sorriso patetico. um ossário diferente dos demais, daqueles que não podem sair no meio da noite. os demônios vêm então todos, como se liberados ao mesmo tempo, açodar o espírito que fogem para as montanhas.
a música alta dos travestis em frente ajudam a me despertar desse mar de suor e tomo leite, muito, porque o leite suaviza o fogo de dentro, do estôgado ácido que queima. roth ficou ali, jogado, coitado, esperando a promessa que não cumpri. me olho no espelho da máquina e me pergunto quantas promessas eu não cumpri e quantas promessas o mundo achou que eu tinha feito quando, na verdade, não fiz.
na brincadeira, com microfone, eles se anunciam para fazer karaoquê: e com vocês carla vanilha! e roda uma música americana vulgar. imagino a mulher fingindo que está cantando, fortemente maquiada. deve ser um pedreiro durante o dia. talvez o homem que estava ao meu lado no balcão da cerveja hoje à tarde.
artur, definitivamente, é o único ser fiel a mim. continua em silêncio ao meu lado, deitado aninhado na cama junto ao meu corpo. quando canso, mando ele embora e ele vai. quando sento ao computador ele se posta, sagrado cavalheiro, velando pelo que vou fazer, seja mais tola atividade. não julga. artur está por mim por inteiro, me aceitando apenas porque sim, porque o destino nos uniu e somos um do outro sem dizer uma única palavra. se eu morrer antes, ele estará postado, junto ao meu caixão.
domingo é o último (ou o primeiro dia) da semana e logo depois vem a segunda quando irão me perguntar como fazer isso ou aquilo, quando voltam as máscaras do baile. voltarei a ser o que opta e decide, mal sanemdo eles, que não estou escolhendo nada de verdade, falo qualquer coisa porque para eles qualquer coisa servirá, porque não analisam que eu não disse nada, apenas gesticulei palavras aprendidas no passado, como o sargento que põe a marchar orque para isso inventaram o sargento e não porque exista lógica em marchar.
volto aos soníferos agora, certo de que não farão efeito nessa segunda rodada, mas insisto porque sempre existe a possibilidade de atuarem. espero que a carol tenha gravado o cd que me prometeu na sexta. porque ela toma meus pedidos como deferência porque acha que sou alguma coisa que não sou, mas ela não vê. sou porque sou, como o artur.
minha mãe se despedaça do lado de lá, mas não fui nem irei vê-la porque impotente quanto à sua queda sem volta, prefiro pensar nela como mais uma pessoa que finaliza como é comum a toda a raça e, se pensp, foi porque coincidentemente a conheci, como poderia não ter conhecido, como não conheço a velha que habita aqui ao lado.
o que sinto mais falta agora é da minha motocicleta preta que me levaria para a gamboa e para o gávea, que faria o vento secar meu rosto, que impulsonaria meu corpo para a frente, como o avião, ao decolar nos impulsina para trás, colando as costas ao assento, ao encosta da poltrona pretensamente confortável que não é e elembro de chcico anísio perguntando se, nada acontece com a caixa preta num desastre, porque o avião inreiro não é feito de caixa preta.
amanhã será o dia de, com minha máquina, desbastar barbas e cabelos, dando uma aparência sociavel ao que não é. mais o mentira dessas que espalhos como fumaça densa e colorida, que ilude todos à minha volta achando que ou o que não fui jamais.
uma mulher, desses pirilampos soltos na internet invade meu msn porque me encontrou numa comunidade do orkut e vem firme no propósito de me evangelizar antes de eu mandar ela tomar no cú e deletar da minha (não tão) seleta lista.
11/03/2007
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Atenção
- G
- Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?
Em suma...
"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre
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