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11/04/2007

Dines e a Academia


Collor voltou. E fez um discurso daqueles, bem próprio dele. Vivi a era Collor e lembro as coisas boas e más que rolaram naquela época. Não é isso que está em pauta aqui.
Ontem, o Alberto Dines dedicou o programa Observatório da Imprensa ao descaso dos meios de comunicação com a volta de collor e com a postura acéfala da imprensa diante do seus discurso no senado.
a bronca é que o collor fez um discurso duro, bateu nas instituições ao afirmar que seu julgamento e o impeachment foram injustos porque ele já tinha pedido o afastamento da presidência da república e ainda, depois, foi inocentado pela justiça. Todo mundo sabe que não foi bem assim. Caberia a imprensa então, recolocar os fatos, dar a devida importância ao discurso, ao que o collor estava dizendo etc. e posicionar-se, até porque a imprensa foi decisiva não só para sua eleição, em 89, como para afastá-lo da presidência. Mas hoje, como alertou o dines, a imprensa calou-se.
ricardo noblat, um dos convidados do programa, argumentou entre outras coisas, que os repórteres de hoje são muito jovens, não viveram aquele período e não souberam buscar na história os elementos desse passado recente. então ficou claro para todos que o programa estava criticando realmente a imprensa (que é o papel do programa)

Faziam parte da mesa dois historiadores. Aqui no rio, estava a doutora Alzira Abreu, historiadora da FGV (PhD por Sorbonne). E o que os historiadores produziram sobre a era collor? sabe-se muito bem que quase nada. Dines virou-se então para a convidada e perguntou: - 'Doutora, a sra. não acha que existe pouco material histórico acessível sobre a era collor, a senhora não acha que a academia se acomodou (como sempre, eu acrescentaria), diante dos fatos?' - a acadêmica, com pós-doutorado em Sorbonne apenas gaguejou.
Isso tudo é só pra exemplificar o que eu acho (e escrevo tanto aqui): a academia, definitivamente, não cumpre o seu papel intelectual. não produz o necessário e muito menos aproxima-se da sociedade, dos 'mortais' como tem a obrigação de fazer, se não como 'formadora de opiniões', mas pelo menos gerando ferramentas que dêem suporte aos que se sentem obrigados a gerar discussão e, com isso, ajudarem a sociedade a formar opinião.

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