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09/04/2007

Fragmento




em um dos grupos, uma das discussões que participo trata de um certo dualismo, de entendimentos vários entre informação e cultura. tenho tratado com muita gente culta que defende que todo o saber está na internet e que, frente a um computador, é possível acessar a todo o saber humano. ainda que seja uma teoria do caos, não vejo como desprovida de verdade. qualquer assunto, qualquer tema, qualquer biografia, geografia, lei, religião, divisões de estado, culinária, sexo, história, arte, poesia, psicologia, antropologia, filosofia, enfim... tudo pode ser encontrado na internet. (sem falar na possibilidade de encontrar e se relacionar com pessoas).
utilizando-se dos vários mecanismos de busca, o homem pode discorrer sobre qualquer assunto, citar qualquer fato, evento, personalidade, etc.
durante um período eu achei isso tudo terrível, acreditando que a cultura de massa, colocada dessa forma, pode causar mais estragos do que benefícios. e se percebermos com olhos desconfiados e um raciocínio ágil para as possibilidades que se apresentam, sim, essa quantidade de informação pode ser genericamente um mal. mas isso contradiz a concepção verdadeira de que o mal vem da ignorância e que, quanto mais somos informados, mais capacitados estamos para ter uma vida melhor. um paradoxo, portanto!
deixa eu interromper, pra falar sob um outro ângulo: uma série de manifestações artísticas como a literatura, o cinema, as artes plásticas e tantas outras, se consumidas e apreendidas infinita e metodicamente trazem ao homem uma formação dita cultural que, para além da exibição barata que uma certa erudição ordinária proporcionam, ao lado da saudável inquietude, uma tranquilidade espiritual, uma capacidade de ver o mundo, de tornar-se pessoa, de per-si compreender melhor os acontecimentos e os movimentos que os deflagaram... enfim, essa bagagem disponível na arte (que imita a vida) permite ao homem uma viagem mais atenta, mais tranqüila (em que pese a inquietude), uma percepção do mundo com suas variáveis infinitamente superior à quem não tem acesso a essa mesma cultura.
imagino então o óbvio: contemporaneamente, os meios se completam mas não se anulam nem aos outros. um exemplinho ordinário seria o de que na internet podemos saber quem foi dante, o que fez, quando e como viveu, o que produziu, etc., mas não seria tão fácil ler e apreender a divina comédia inteira.

(isso é o prefácio.... oportunamente, continuo)

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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