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05/04/2007

Minha Querida Heleninha


eu queria muito escrever um pouquinho. não vai aqui, pode acreditar, nenhuma pretensão de ser escritor - que para isso há de ter muito tutano! - mas a vontade de me permitir deixar os dedos correrem o teclado sem preocupação, sem medo da crítica sempre pronta, como um cutelo prestes a ser disparado. queria falar das coisinhas simples da vida, das flores que vi hoje no passeio no final da tarde e na maneira especial que o sol se escondeu, ou antes, foi encoberto por pesadas nuvens de chumbo, que mais tarde se mostraram frágeis: mais cara feia do que outra coisa. Falar que andei pelas ruas de chineloe sem cuecas (porque tá tudo receém lavado, secando.... falar da heleninha, não a mãe do joão (boa gente, os dois!), mas da outra, a que vem aqui em casa com tanto carinho, que cuida tanto de mim e tão desinteressadamente.

passar um dia com a helena (ainda que levando porrada via msn) é uma coisa que me dá enorme prazer. fico torcendo pra chegar o dia que helena vem pra cá (sempre com um pão fresquinho!) e que senta ali, pé no chão como eu e, entre xícaras de café e cigarrinho na boca me fala da sua vida - tão bacana a vida dela, tenho tanto orgulho de pertencer, de alguma forma, ao mundo dela e ela do meu! - e fica escutando eu contar minhas histórias e entendendo tudo, ouvindo com um olhar atento, opinando sabiamente, comparando com as suas experiências, me aconselhando de uma maneira tão pura e tão sábia que eu tenho vontade de deitar minha cabeça no seu colo e chorar mansinho e pedir um chazinho pra ir levando...

helena que me chama de seu geraldo, mas que sabe que eu sou o geraldinho, que chorou há duas semanas porque apareceu pra ela uma conta que não podia pagar e me fez chorar porque eu não tinha o dinheiro para dar a ela... que vem toda feliz as 6 da manhã e arruma minhas coisinhas com cuidado pra não me acordar, que separa o meu dinheiro espalhado, que lava minhas roupas, conserta as coisas que quebrei ao longo dos dias, que diariamente me pergunta se eu tenho o dinheiro do 'seu dia', que 'se eu não tiver não tem problema', que chorou muito de felicidade quando nos mudamos pra cá (eu e ela) e disse: seu geraldo, como sou feliz por o sr ter uma casa!...

minha helena não me pede nada, ri de mim, por mim, pra mim... ri do meu miojo e pergunta se me alimento direito no bar, diz pra eu não beber muito e me mostra orgulhosa uma cartelinha de diazepan que comprou na 'farmácia do lula' muito 'baratinho' e que, se eu mandar, ela vai lá comprar pra mim também. e ainda ela, sem saber das minhas fobias, vai nos mercados e nas lojas e compra tudo, abastece a minha casa até a sua próxima vinda porque 'eu sou muito ocupado' e ela tá aqui 'pra isso mesmo'. eu disse a ela pra ir no credor e negociar a dívida parcelando e ela vem toda contente me mostrar o carnê, me agradecer pelo palpite, e dizer que 'agora sim, pode pagar em paz'...

é exatamente ela que faz as minhas mudanças de casa, que sabe quando eu estou triste, que sabe quando eu estou duro ou quando tudo melhorou. é pra ela que, por não me pedir nada, eu dou tudo o que eu posso. é pra ela que eu conto minhas coisas mais profundas, coisas que não conto a absolutamente ninguém (porque um dia vão me atirar na cara)... dela, eu reverencio a formação de educação primária porque o saber ela me demonstra na prática, dela vem a compreensão que os imbecis amigos do mundo não me dão e acima de tudo, mais do que um sexo (que não passa na verdade de carne mijada) ela me dá amor.

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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