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06/06/2007

Abandono

Quando diz que não há mais nada, o que está realmente dizendo? Quando fala que foi embora, foi para que lugar? Quando pensa que desistiu, por onde andou o pensamento? Claro que eu pergunto as coisas porque sou mesmo perguntador, mas nesse caso, pergunto porque não posso deixar passar, não podemos nunca deixar passar. Deixar passar seria a traição não ao um, mas ao dois, contrato impossível porque o dois é o universo. Se o tempo clareia, se o proprio universo pode conspirar e fazer uma forcinha, não posso eu, poeira de estrela, ir contra o todo ainda que eu vá claudicante.

Não sei se é assim sempre, essa história de não possuirmos a firmeza do infinito, mas não abro mão de alguma firmeza vã, que titubeia, mas caminha, que ensiste em respirar num movimento autônomo ao do prórprio cérebro que derrapa. Sim, essas derrapadas unilaterais são péssimas, são matéria de desânimo, estímulo à desistência, mas não acontece só com um, acaontece sempre com dois e procuro ser o um que reage. E não falo de fato consumado, falo de vontade, de desejo. Está claro que nada realmente é fácil, mas não quero crer em coisas definitivas porque aí estaria eu também preso definitivamente. Me pergunto se o abandono é o bem final.

(retirado do Pós Sobretudo de Lona)

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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