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06/06/2007

Semente

O que me incomoda é essa história da gente estar sempre dizendo e re-dizendo as coisas até para nós mesmos quando parece que há uma onda de desentendimento, uma tsunami, que invade tudo e me deixa perplexo. Não quero viver esse apocalipse, não quero reconhcere a fraqueza de mim contra o Universo, principalmente esse universozinho aqui onde estou com pessoas em volta, onde estou lutando contra algumas coisas difíceis de serem detonadas. Não faz mal, acho que tem que continuar, tem que lutar porque se não lutar a gente morre, a gente deixa de ser gente mesmo quando acha que está saindo vencedor. Eu, definitivamente não quero isso pra mim e vou tentar sim, ainda que precise sentar em mesas de bar e ficar quantas horas forem necessárias contando, explicando e pensando sobre a existência (minha, nossa). Se estamos aqui é para fazer as coisas e uma fraqueza outra associada a um niilismo comum não podem desmanchar um universo inteiro de possibilidades só porque as coisas travam nos primeiros momentos.

Não, eu nasço hoje, caminho hoje em busca do novo, caminho pelas ruas, nos trabalhos, ofícios e principalmente dentro de mim, dentro desse lugar que, com certeza, precisa de arrumação, mas jamais de ser jogado fora. Vou continuar enquanto estiver vivo e saudável porque depois vem mesmo a danação e pra isso não tem escapatória. Quero me cuidar antes, agora. Quero cuidar do outro o quanto antes. Quero proporcionar alguma coisa de razoável ao outro e a mim mesmo enquanto essa história de aquecimento global não me esturrica e eu viro churrasco de gato velho.

E uma das coisas que me faz insistir são cartas que recebo de pessoas que não me conhecem, mas se identificam com uma ou outra coisa que vou escrevinhando por aí, pessoas que nem isso conseguem muitas vezes e se culpam por isso, o que é uma bobagem. Escrever é nada perto de ações. Escrever é alívio para momentos que ainda não foram colocados em prática, é uma espécie de preparação de uma carta de navegação. Escrever não se encerra em si mesmo, muito pelo contrário. É apenas reafirmar a si e ao outro que a história não acaba, que a gente corre pra lá e pra cá, mas essencialmente está atento, está com vontade de fazer alguma coisa, mesmo quando se perde no final.

Perder no final é a possibilidade sempre presente que a vida faz questão de mostrar, mas nunca motivo de desistência ou dúvida. Quer dizer, é claro que eu tenho todas as dúvidas do mundo e imagino mesmo que muita gente tenha, mas é exatamente nesse pântano de dúvidas que pretendo caminhar sobre as águas como Jesus, embora o desconsidere. Enfim, quero apenas repensar tudo e ser ponto de partida e não de chegada. Acredito que as pessoas tenham essa semente dentro delas, essa semente de mostarda (como li um dia) que permite o renascimento de alguma coisa muito maior apenar do tamanho ínfimo da semente.

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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