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09/06/2007

Tu

Espantas-me quando dizes fico. Quando mostras as mãos e as estica em minha direção ao mesmo tempo dizendo que fica e esperando serem por mim seguras num pedido para que fiques. Não é nada, é um balé místico de mãos e olhos, olhos que dizem tudo e mãos que comprovam, que reafirmam, que insistem em mostrar que a velocidade do belo é equivalente à sensação de ser, tornando-as ambas uma só terminação que cala fundo na alma solitária do mundo. O mundo, ao contrário, não percebe a alma solitária que se alegra e dispõe a tudo para atender aquele par de mãos docemente estendidas. Porque linguagens do corpo e do olhar são feitas apenas de uma para outra pessoa, não podendo ninguém mais perceber nada. São então, perceba bem, as nossas linguagens que dizem o que somos e o que queremos e o quanto faremos para isso, são as linguagens do olhar que vão estimular o outro a sentir, a sentir-se, a ser mais ou ser menos e o toque das pontas dos dedos das mãos estendidas não são mais que troca, juras de afeto, alianças não ditas, não faladas. São constatações daquilo que, se não foi, é.

(retirado do Pós Sobretudo de Lona)

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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