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19/07/2007

As estradas interditadas e seus pedágios desafiadores

Não lembro onde, mas certa vez li a frase: "As ilusões, perdi todas". Fiquei impressionado porque, embora triste, é linda e muito verdadeira. Ensaiei repeti-la, por bela.
Em seguida, deliciosamente, frustrei-me ao não conseguir pronunciar porque não é verdade em mim. Bissexto, descobri que não possuo essa poesia. O que sinto e digo é: "As ilusões, tenho-as todas em mim", uma frase não-poética, como uísque. E então fico pensando o que prefiro de fato, poesia ou uísque? Dúvida injusta porque não sou poeta, permito-me poetar simplesmente por ousadia desmedida. Então fico assim, no fundo sou apenas responsável e demasiadamente ousado, o que, em si, não é mérito, ao contrário. Sou e digo coisas que não devem ser ditas. Falo o que deveria ser silêncio. Abuso. Afasto de mim o silêncio sensato e me aventuro na madrugada (de mim). Empreendo viagem quando sou avisado que a estrada está fechada, não transitável. Por que? Ousadia de pretender inverter o que se dá na estrada? Não! Absolutamente! É uma insistência que beira o insano da não-poética "As ilusões, tenho-as todas em mim".
Talvez eu simplesmente seja um amador conseqüente que insiste em largar tudo e ir correndo. Ainda não aprendi a necessidade da prudência. Desdenho-a, para ser sincero. Blasfêmia? Mas existe algo mais blasfemo do que eu? Experimentei e experimento pagar todos os pedágios que surgem tranqüilamente ciente de que pode não haver nenhum caminho em seguida a esse mesmo pedágio. Caminho para lugar nenhum? Talvez, mas não aprendi também o que é caminhar com firmeza prévia para algum lugar. Se os preços forem caros, exorbitantes, encontro crédito e me endivido sem temor. Afinal, contraí mesmo uma dívida grande ao nascer. E, se o passado não me trai, entendo que o futuro também não o fará. Opto, por fim, por todos os riscos - que conheço - em troca da terra firme, da certeza sem sal. Sigo o caminho irremediável da busca do todo. O resto não é importante.

Um comentário:

Unknown disse...

Boa tarde Geraldo, achei seu flog por acaso, pois estava procurando uma foto que desse certo no meu post, me deparei com a Foto de Edna Ezequiel e um comentario maravilhoso seu, tomei a liberdade de copiar de seu flog o comentario e postei no meu, mas com seu devidos direitos. Gostaria que vc me visitasse e fizesse um comentario. Gostei muito de seu flog, vou visitá-lo sempre...abraços fraternos. Que Deus te abençoe
http://www.flogvip.net/stitchsonia

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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