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25/07/2007

O que pode ser (de uma forma pouco libidinosa)

Ela vem no meio da noite e enconta-se em meu corpo como quem dorme, como um movimento involuntário, sem querer. Desperto e fico quieto para não acordá-la. Seu corpo está extremamente colado ao meu, demasiadamente encontado. Mantenho a posição por um bom tempo mesmo percebendo que sua respiração não é tranqüila. Não chega a ofegar. Estamos assim ao que me parece uma eternidade. Tenho uma percepção anormal e sinto seu corpo arrepiando-se. Ela se mexe levemente. Continuo quieto, já certo de que ela não dorme, como eu. Praticamos um jogo mudo de sedução. Seus pés buscam os meus como a abraçá-los e, simultaneamente ela se aconchega mais em meu corpo, roçando-se levemente nele . Suas pernas se abrem ligeiramente de forma que sua boceta, meio aberta, beije minha perna. Está quente e melada. Sinto-a como uma boca em mim, uma boca deliciosamente oferecida e carente. Como quem se mexe dormindo, minha mão alcança a boceta e fica ali, inerte, pousada sobre ela, sentindo aquele calor umidecido que, parece-me, vai se umedecendo mais. E mais. Ela se ajeita de forma a permitir que minha mão fique mais confortável ao toque, à sentir como ela está como a procurar excitar-me, desesperar-me. Mas não faço. Continuo com a mão pousada talvez com um dedo levemente penetrado, muito levemente. Apenas o bastante para sentir constrações meladas. Permaneço assim.

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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