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20/02/2007

eu tava escrevendo umas coisas aqui, mas precisei reiniar o computador e esqueci de salvar.
ela participa do momento, assim.... o momento é dela. dessas coisas que eu não sei explicar porque careço do metafísico. estivemos durante anos um perto do outro... sabe aquela coisa de um descer do elevador enquanto o outro pega outro elevador? gato e rato, assim.
a maneira menos provável, uma possibilidade em milhões - como ganhar na loteria, por exemplo - juntou a gente. e além desse acontecimento em si, do encontro, teve essa coisa de não se deixar perder o que é usual na rede.

como eu já desisti há muito tempo de perguntar 'por quê', sei que a coisa rolou. foi porque tinha que ser. eu aqui, ela ali. mas aí é que começa a história, dessas meio enroladas de compreender.
ora, eu sou o anti qualquer coisa com essas minhas fobias incompreensíveis para os mortais e ela, claro, não estava compreendendo. a gente conversou muito e muito tempo, mas nada resolvia. eu tava travado num ponto e ela em outro, sem sacar. daí essa noite eu mal consegui dormir fazendo associações que não estou à fim de contar e ela, de lá sabia o que estava rolando comigo. me senti fraco e inseguro como um homem deve realmente se sentir.

hoje passamos o dia inteiro um com o outro. inteiro mesmo. nossas cameras ficaram abertas, conversamos por telefone até minha bateria (do tel) descarregar, e depois mais e mais... almoçamos um olhando para o outro.
eu precisei dar uns passos lá atrás na minha história para poder situá-la melhor. comprova que a gente não é o que é, a gente é uma história muitas vezes longa e complexa. daí eu fui tentando resumir algumas passagens importantes, marcantes, dessas que a gente não fala pra ninguém.

não sou um bom contador de histórias, isso é verdade.... eu me atropelo, vou lá na frente e salto pra trás sem nem me dar conta, minha cabeça deve ser mesmo muito desordenada. é necessária uma enorme dose de paciência e cognitividade pra me aompanhar... eu mesmo muitas horas não me agüento (visto o meu trabalho, as minhas leituras e o meu parco texto)... daí ela ficou e entendeu, pelo menos o possível de um ser entender... mas eu sei que não basta porque ela é mais do que isso e eu sou mais do que isso.

o que eu estou escrevendo agora por exemplo, é uma bobagem, sem pé nem cabeça, mas vou digitando para pensar... muitas vezes quem digita é o meu cérebro em busca de equilíbrio... ela me contou suas história ou o que achou relevante. mas a vida não pára, nem o coração e emendei num outro processo, diverso do primeiro, que é a aceitação do sensorial, da emoção, do coração. nessa hora caem por terras tabus e fobias porque vem uma história maior. me pergunto às vezes se as pessoas se dão conta desses estágios nos encontros, no dia a dia... acho que não se dão conta não.

azar. porque eu não me contento com as relações tais como ela são postas, claro que não. quero muito mais. percebo que só transito no espaço da paixão, não tenho disponibilidade emocional para outros caminhos ( e na paixão, evidentemente, se encerra amor e muito!). então a intensidade que vai rolando em mim não tem sintonia com os mortais ( e eu já tive muito medo dessa corda bamba que insisto em não abandonar - mesmo sem rede de proteção).
e assim estamos: parados um em frente ao outro. nesse exato momento ela tenta dormir e não consegue.
me sinto culpado por isso, mas... o que fazer?

como chegamos a nós mesmos por meios tortuosos e complexos, estamos pagando o preço da nossa ambigüidade, de uma certa intelectualidade não acadêmica, antes atávica, que determina nossa forma de transitar no mundo. fico pensando que trilhar o caminho inverso ao da maioria dos mortais é tão excêntrico que fica inimaginável. como orgasmos intelectuais, puramente cerebrais. se fosse só isso eu não estaria escrevendo aqui. não é. o físico está tão presente quanto em qualquer encontro na face da terra. minha cabeça vai e volta. voltando: só estou escrevendo isso porque é novo, aos cinqüenta e dois anos me percebo debutando num terreno que já percorri inúmeras vezes, das mais variadas formas. bobagem, tudo ilusão de um imodesto.
sempre podemos estar debutando, é bom não esquecer

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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