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19/02/2007

somos realmente todos uns escravos do tempo? um rapaz me perguntou durante uma palestra numa universidade, como de resto todas, vagabunda. acho que não, que o tempo é uma medida e tal, mas não somos escravizados. claro que tem aquela hora em que temos que chegar e sair do trabalho, a hora que inicia a sessão do cinema, do teatro... enfim. Tem essa coisa da hora, mas acho mesmo que somos atemporais, nossa vida corre para o mar como um rio caudaloso sem preocupações nem metas... apenas sabemos que acabaremos no mar.

o que será então esse mar? filosoficamente, ele é o infinito, o impensável, a impossibilidade do humano, o líquido que traga e extermina sendo ao mesmo tempo acolhedor e sereno. talvez nenhuma das possibilidades acima, talvez uma coisa maior. o mar é uma mulher... tem todos os mistérios, atrações, tem a capacidade de atrair e engolir da forma serena de uma amante cuidadosa. o mar não é o mar.

o que me engolfa e abraça e me puxa fundo, para um fundo abissal, infinito? pode ser o mar como pode ser a mulher que se insinua, que olha de soslaio, que atrai por sua sensibilidade e calor. helena é o mar da minha vida no qual me afogo prazeirozamente, nado, bóio, dou braçadas (que são retribuídas por ela. sou um menino brincando em suas ondas sensuais.

o mar não nos percebe... somos indiferentes ao mar e às marés, elas se dão independentemente de mim ou de você ou de nós todos. têm um movimento e um ciclo próprios (dizem que de acordo com a lua), mas não importa. helena tem um ciclo próprio, indevassável, solene como um útero infecundo. o que me resta ao fim é mergulhar no escuro, no breu dessa noite de mar revolto.

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

Em suma...

"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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