me surpreendo com a lotação de minha caixa de e.mails tratando do post abaixo sobre as mulheres. curioso que as missivistas se abstiveram de usar o espaço próprio para os comentários preferindo a intimidade do e.mail.
tudo bem. a grande maioria da correspondência tratava o texto de forma indignada, usando no geral o argumento de que eu não poderia generalizar, que haviam vários tipos de situações, várias formas de ser de cada uma e que minha análise tornava-se por fim, rasteira por generalizada.
fiquei muito satisfeito com o teor da correspondência porque esse retorno só me confirmou a tese de que a mulher contemporânea perdeu mesmo a capacidade de se afastar do foco antropológico que seja, ou de uma visão global de espécie humana para coisificar a história, indignando-se individualmente por perceber o que seria uma análise errada porque generalizada. um paradoxo.
liberta das condições submissas do passado, a mulher contemporânea, eu insisto cabalmente (!), continua prisioneira dos mesmos dogmas, tendo apenas trocado o foco da questão, trocado as ceroulas e espartilhos por um fio dental ou um tapa sexo: não são mais donas de casa, são profissionais liberais que se auto-sustentam e não podem observar o movimento geral com o diatanciamento que um determinado pensamento (errado ou certo) necessita. não. se lembrar, longe que seja, de dependência feminina, a mulher grita, esbraveja sua pretensa realidade de não submissão, reproduzindo os faniquitos de suas predecessoras.
ou seja, continuam vivendo condicionadas, servas humildes não mais dos senhores provedores, mas agora de si mesmas, suas conquistas e o inconsciente coletivo feminino cuidadosamente criado para obscurecer o senso crítico e a capacidade de raciocínio comparado. seria preciso despir-se, não vestir carapuça nem se imaginar como sendo a criatura daquele pensamento genérico. sendo ele apenas um pensamento a ser discutido e replicado, sendo o caso com um mínimo de argumentação lógica. mas, infelizmente, pela incapacidade cognitiva atávica, contra atacam o que poderia ser - embora não seja - um pensamento machista.
uma vez, quando escrevi qualquer coisa referente à minha particular emoção diante do homossexualismo feminino foi a mesma coisa. disseram que eu tratava a mulher como objeto de uma fantasia e não com a seriedade digna da opção sexual dessa ou daquela mulher. eu dizia que acho lindo o homossexualismo feminino, pela carga de doçura que ele carrega, desviando até mesmo da aberração que ele é de fato.
eu falava antes, da singeleza com que uma mulher é capaz de se devotar a outra, a leveza, o carinho, o cuidado. essa era a questão em foco e não as liberdades conquistadas nem muito menos a opção sexual.
até porque, opção sexual é um termo moderno, do final dos anos 60 e início dos 70, criado em viena, salvo engano, num congresso de psiquiatria quando era importante politicamente retirar dos compêndios de psiquiatria e psicologia o capítulo referente aos desvios sexuais dos que procuram parceiros do mesmo sexo, de fato uma uma inversão do eu, patológica, doença mental para usar um termo concreto (e cinicamente rejeitado pela sociedade) .
(continua)
09/03/2007
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Atenção
- G
- Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?
Em suma...
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