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08/03/2007

na página de opinião do globo de hoje tiro a atenção (de outra página) da narrativa de merval pereira sobre sua estada última com baudrillard para o artigo de veríssimo sobre john dos passos, autor americano dos anos 20. passos, dono de uma obra caudalosa e pesada realmente passou da extrema esquerda para a direita e, depois de devaneios, veríssimo diz que passar de meia-direira para a meia-esquerda é mais grave porque não tem o fator dos polos, da psicologia.

a grande maioria de intelectuais e acadêmicos têm uma visão canhestra, distorcida mesmo dessa história de direita e esquerda. à partir da premissa de que são todos de esquerda, palavara sutil assim como socialista. e assim, por todas as suas vidas, vão produzindo e vivenciando tudo, sempre com um olhar crítico como que para manter clara à população sua 'visão de esquerda'.

sob essa ótica, criaram no imaginário social que a direita é burra. burra, violenta e má. e não pronunciam a palavra direita, tratam com um certo asco e falam em liberal, liberalidade. em sua visão, liberal é aquele que é de extrema direito, que é oposto de si mesmos, os comunistas, termo que também não usam. dentre os poucos pensantes que eu privo, nenhum se admite um comunista.

essa inteligência que forma opinião leu a edição reduzida do capital e coleciona alguns exemplares de trotski, rosa de luxemburdo, lênin, mais um ou outro... e só. quando estão entre seus pares fazem pequenas alusões a fragmentos de pensamentos do século retrasado e quando lidam com os pobres normais nem dizem nada porque o povo é burro e os de direita então, nem se fala!

no brasil então, justo por ser essa terra de ninguém, esse continente perdido, os intelectuais e os acadêmicos imperam de forma totalitária. o brasil, não tem por exemplo, um candidato a cargo público, de direita, que se assuma assim e enumere seus projetos de governo e tenha orgulho da sua bandeira. na frança, só pra ficar pertinho, tem. e o le penn (?) é muito bem votado!

como o brasil não estuda nem lê, ficam fragmentos de pensamentos aqui e ali de diogo mainardi, olavo de carvalho, passarinho, delfim netto e outros menos midiáticos. porque o único midiático realmente, apesar de ser tratado com escárnio, se foi, que era o paulo francis. sem ele ficamos, para efeito de mídia pelo menos, todos órfãos.

e só lembrando que a anistia para os dois lados foi um golpe baixo, ela foi unilateral, sendo cobrados até hoje do lado de lá, cada gota de suor imposta, cada ação em cada área. quanto à guerrilha e os justiçamentos não se fala nada, nem deve falar sob pena de afundar socialmente. olavo de carvalho, por exemplo, quando na eleição retrasada alertou que lula vinha com o apoio das farc, foi defenestrado de todas as suas funções.

ainda hoje, na contramão do olhar apreensivo do mundo, lula abraça a causa de chavez sob o olhar bovino da inteligência, enquanto em são paulo o povo bate palmas para os que queimam bonecos de bush. morales, um índio ainda não aculturado brinca com a petrobras, rasga contratos, etc. minha estagiária, 20, que sai da faculdade e vai direto trabalhar comigo me pergunta porque 'esse bush tem que vir ao brasil'. eu olho aquele rostinho e corpo tão jovens, com o frescor próprio da idade e me pergunto o que estamos todos fazendo aqui.

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Nada encontrado. Seria ousadia demais definir o indefinível, dizer quem sou ou se sou. Deve ser uma miscelânia de idéias entrecortadas, salpicadas de perguntas sem respostas e indecisões doloridas. O que mais poderia ser?

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Sartre

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