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03/08/2007

Visão realista pobremente percebida como niilista

O desencontro dá-se pela não percepção do conceito de espacialidade da vida. Esta não é um espaço comum à todos. Cada um tem seu espaço-vida bem demarcado e as relações humanas significam pular cercas de um espaço-vida para outros. Se os dois estão de acordo, rola uma chance relativa de realização (porque a felicidade é efêmera e a infelicidade, não). Quando vemos casais bem sucedidos e felizes estamos percebendo um espaço-tempo, uma deliciosa acomodação apoiada na rotina. Mas, se entermos que, mais dia menos dia, rotinas são quebradas ( e tudo indica que são, sempre) a felicidade acomodada "rosna". Essa idéia de espaço-vida é apenas o divino avisando: "Estou aqui", um resquício autoritário do projeto celeste da Babel.

Essa Babel bíblica talvez seja o exemplo mais claro e verdadeiro de uma história (ou parábola). O que, ancestralmente, via-se como falta de comunicação pelo uso de linguagens diferentes é hoje uma realidade igualmente tangível, real. Não é uma questão de idioma. O homem não se entende falando o mesmo idioma. O homem não se entende nem mesmo falando consigo mesmo! O signo do homem é o desentendimento e, portanto, a infelicidade. Porque a infelicidade é o estado comum ao homem. Assim como o tempo, que não é linear, constante e sim um somatório de pontos consecutivos, o humor da humanidade funciona igualmente. O básico é a infelicidade, embora tenhamos milhões de momentos de felicidade extrema (mas todos eles finitos)

Se é assim descrito, com essa crueza, esse olhar de crítica extrema, pode parecer tratar-se de uma visão niilista. Mas ora, niilismo é contrário de otimismo ou seja, dois conceitos apenas e sem avaliação estatística nem filosófica unânime. Perceber realidades, verdades e preços de liberdade é apenas um exercício de perceber a vida sem paixão, sem expectativas emocionais. Não fazer esse exercício é enfiar a cabeça na terra ou tapar os ouvidos e preferir viver numa auto-fantasia alegórica onde "tudo é bom". Não é.

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"Em suma, namorei o diabo sem ter coragem para ir até o fim"
Sartre

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